E o vencedor é… quem? Top 5 – Oscarizados surpreendentes

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Esta lista é tudo menos subjectiva. Mais do que apontar vencedores injustos e pôr o dedo na ferida na longa lista de “erros” de Hollywood, aqui o que vamos avaliar são as decisões mais surpreendentes da História dos Óscares. Aqueles que desafiaram todas as expectativas e probabilidades. Que geraram maior confusão nas casas de apostas que procuram prever quem sairá a ganhar. Os vencedores que, merecidamente ou não, geraram mais choque e consternação quando saíram do palco com uma estatueta dourada nas mãos. Estes foram os oscarizados mais surpreendentes de sempre:

 

5 – Anna Paquin, The Piano (1993): Esta vitória foi surpreendente não tanto pela concorrência, embora seja curioso notar que concorria na categoria de Melhor Actriz Secundária com Holly Hunter, que ganhou nesse ano como Melhor Actriz Principal em… “The Piano”. A surpresa veio do facto de Paquin se ter tornado a segunda mais jovem vencedora de um Óscar de sempre, com 11 anos (a seguir a Tatum O’Neal), e ter conseguido a tão desejada estatueta no seu primeiro filme.

 

4 – Shakespeare In Love (1998): Numa das primeiras conquistas de Melhor Filme que começou a lançar suspeitas sobre a influência nos bastidores dos irmãos Weinstein (famosos – ou infames – pela quantidade de estatuetas que conseguem ganhar), esta modesta comédia inglesa derrotou o altamente favorito “Saving Private Ryan”. O choque foi maior ainda dado que, poucos momentos antes, Steven Spielberg tinha ganho como Melhor Realizador, o que costuma ser um forte prenúncio do filme que vai ganhar no fim.

 

3 – Dances With Wolves (1990): Já a ‘magnum opus’ de Kevin Costner, sobre as relações entre soldados americanos e índios no Velho Oeste, é tudo menos um filme modesto. É um épico gordo e ambicioso e foi um projecto muito pessoal para o seu actor/realizador. Aqui a surpresa deriva acima de tudo de ter retirado o Óscar ao aclamado “Goodfellas”, de Martin Scorcese. E esta não foi a primeira vez que o lendário realizador se viu no lado perdedor de uma decisão controversa, como veremos mais abaixo…

 

2 – Marisa Tomei, My Cousin Vinny (1992): Todos pensavam que o Óscar ia para Vanessa Redgrave, pelo seu desempenho em “Howard’s End” – e, sejamos honestos, um pouco pela sua carreira. Acima de tudo, ninguém achava que o prémio ia para a performance de uma actriz relativamente inexperiente numa comédia judicial muito leve (ainda que bastante boa) e sem a carga dramática dos outros nomeados. Tal foi a incredulidade que logo circulou o rumor (lançado pelo crítico de cinema Rex Reed) que Jack Palance, o lendário, bizarro e constantemente embriagado actor que abriu o envelope da vencedora, se tinha enganado a ler o nome. Esse rumor já foi várias vezes comprovado como pura e simplesmente falso.

 

1 – Rocky (1976): Sim, é verdade que as suas sequelas se tornaram monumentos de excesso (e até de propaganda patriótica em tempos de Guerra Fria) cujo valor cinematográfico deriva acima de tudo do seu estatuto como ‘guilty pleasures’. Mas não nos confundamos: o primeiro “Rocky” é um belíssimo filme. Uma comovente e contida história de superação de dificuldades e de que como qualquer Zé Ninguém pode almejar ao topo se estiver disposto a fazer os sacrifícios que essa caminhada exige. Mas o destino não podia ter escolhido outro ano para celebrar esta história de David contra Golias? Um ano que não contasse com os clássicos “All The President’s Men”, “Network” e, acima de tudo, na primeira de muitas rejeições da Academia ao talento de Martin Scorcese, “Taxi Driver”? Por vezes a realidade é mais estranha ainda que a ficção.

 

Pedro Quedas

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